domingo, 4 de outubro de 2009

Irlanda e o Tratado de Lisboa

Sim ou não? Não!
Sim ou não? Sim!

A Irlanda votou Sim ao Tratado de Lisboa. Facto consumado (forçado?).

Não porque acredita que a Europa depende do Tratado para poder funcionar melhor enquanto actor principal neste nosso mundo, mas sim porque é a Irlanda que depende da Europa.

Se no primeiro referendo a resposta negativa demonstrava uma clara rejeição dos irlandeses ao que a Europa tinha para lhes oferecer com a entrada do tratado de Lisboa, este novo referendo não contradiz esta primeira resposta negativa.

Diz, isso sim, que a Irlanda não pode dizer não a uma Europa que lhes garante uma segurança importante nestes tempos conturbados de crise. "Cuspir no prato onde se come" é um acto de suicídio colectivo que a Irlanda não quis cometer, neste tempo de “fome”, em que a quem nos dá de comer só podemos retribuir com um sim...mesmo que já tenhamos dito que não a um mesmo pedido feito anteriormente.

Qual teria sido a resposta dos irlandeses se em vez de uma crise tivéssemos um período de crescimento económico? E qual seria o futuro da Europa com mais um não irlandês? A ideia que fica é que a crise desta vez foi amiga…

sábado, 3 de outubro de 2009

Os Cinco Violinos

Domingo passado foram as eleições legislativas, de hoje a uma semana serão as eleições autárquicas...e do que se fala agora? Das eleições presidenciais de 2011...

Lógico, natural e previsível neste nosso país...

Na esquerda começa-se a desenhar um leque interessante de candidatos a candidatos. Desde o sempre presente Manuel Alegre, passando pelo sempre indisponível António Vitorino, acrescentam-se agora os nomes de Jorge Sampaio (num exemplo típico de regresso ao passado) e de Jaime Gama. Pessoalmente, creio que ainda falta lançar mais um nome (já agora), o de António Guterres.

Parece-me que no meio de tanta fartura, de entre estes "cinco violinos", a coisa pode desafinar e a orquestra socialista pode não conseguir compor música que alegre todos os portuguese, sobretudo...os próprios socialistas.

Um PS fracturado por causa das Presidenciais não é propriamente novidade para José Sócrates...mas desta vez mais um erro de casting (como foi Mário Soares em 2006) pode fragilizar a sua posição no seio do próprio Partido Socialista.

O cenário à direita surge mais claro: a recandidatura de Cavaco (veremos como corre o resto do mandato) ou o avanço de Marcelo Rebelo de Sousa.

Mas ainda falta algum tempo ! Há que esperar pela música que há-de vir...