quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

April in Portugal

Quem ouve muita rádio e vê pouca televisão, tendência anti-natura do século XXI, por vezes acaba por ser recompensado por se privar dos “estimulantes” serões da televisão portuguesa.

Sem o propósito de dissertar sobre os aspectos positivos e negativos da escolha pela rádio em detrimento da televisão, venho partilhar uma “descoberta” que me aconteceu ao ouvir o programa do Jorge Afonso, na Antena 1 (de 2ª a 5ª, das 00h às 02h), do qual sou ouvinte regular e recomendo. Num dos programas o convidado era o actor Júlio César, que levou a música “April in Portugal”, a versão do grande Louis Armstrong. Figura ímpar do jazz, “bigger than life”, escutar Armstrong a interpretar esta música tão cara a Portugal… é uma oportunidade fantástica de acordar o orgulho, muitas vezes adormecido, de que o que é nacional é (muito) bom. Sim, é um motivo mais forte que a possível opção por um cão de água português para a Casa Branca…só comparável ao fenómeno Martunis e a camisola da selecção, quem não se lembra? E viva o futebol :-)

Deixo-vos o link para poderem escutar a canção


e um outro link onde podem acompanhar a letra


(distinta da original portuguesa).

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Chávez e a Venezuela

Hugo Chávez, continua a marcar pontos na cena política internacional...Não foi à primeira, mas foi à segunda...Não satisfeito com a resposta dos “filhos de Bolívar” que há dois anos negaram o desejo de perpetuar a presidência de Chávez, chegou finalmente o momento em que conseguiu o apoio nas urnas para tão desejada emenda constitucional. Está no poder desde 1999 e já manifestou vontade de permanecer Presidente da Venezuela até 2030. Nesta como noutras situações, inclusive em Portugal, o povo é soberano (será sempre?), mesmo quando erra. Será que errou?

Não conhecendo a realidade local, e sem querer fazer grandes considerações porque podem ser enviesadas pelo olhar ocidental, a verdade é que Chávez consegue que o povo venezuelano continue a acreditar que é ele quem melhor pode conduzir os destinos do país, tanto até que acham que ele deve poder candidatar-se as vezes que muito bem entender. E serão capazes de lhe tirar o tapete quando deixar de ser uma solução e passar a ser parte do problema?

O socialismo, na América Latina, parece ganhar uma dimensão que extravasa nações e povos, e líderes como Chávez e Evo Morales sabem falar ao coração do povo... e assumem-se os herdeiros de Bolívar.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Augusto Santos Silva

O actual Ministro dos Assuntos Parlamentares é uma personagem sui generis no espectro político português. Ao longo deste Governo Sócrates não foram raras as vezes em que Santos Silva, usando do seu direito de antena, colocou nos portugueses a dúvida de que aquilo que diz será para rir ou levar a sério…

Uma nova tirada é a de que, e passo a citar, “Não gosto de discussões internas”. Um ministro, que devia primar pelo sentido de Estado e que tutela os Assuntos Parlamentares, mostra o seu verdadeiro perfil, supostamente virado para o diálogo e discussão inerente à actividade parlamentar, mas que na realidade parece mais virado para conversas do tipo “eu cá gosto é de malhar na direita”. É com personagens como esta que Portugal mostra a incentivada cultura de yes-boys no seio dos partidos portugueses.

Pelos vistos, para se evitar as discussões internas (talvez façam mal ao fígado do nosso prezado ministro) nada como definir que as discussões acabem ora com um “sim!” ora com um “sim, senhor ministro!”. Talvez, limitando terceiros à obediência e seguidismo, não venham para a praça pública no recorrente papel de “virgens ofendidas” tão bem desempenhado por Sócrates e ministros. E assim vai Portugal…